Localizada no condomínio fechado Alphaville, num terreno de topografia acentuada, do qual o arquiteto tirou proveito para a sua implantação, essa casa ocupa praticamente toda a área permitida, respeitando os recus legais. O acesso principal é feito pela lateral e o de automóveis pela parte mais central do terreno.

O programa está distribuído em três andares, um deles parcialmente enterrado, que abriga garagem, oficina, sauna e salão de jogos. No primeiro pavimento concentram-se as áreas sociais e de serviços, funcionalmente integradas, de modo a garantir a amplitude dos ambientes de estar, que se complementam com as áreas externas de piscina e jardim, e a praticidade da cozinha e da lavanderia. No pavimento superior estão os dormitórios, sendo dois deles suítes, em estar íntimo e as instalações para empregados, com acesso independente.

O sistema estrutural adotado é de concreto, laje plana, o fechamento em alvenarias. O revestimento em tijolo deixa evidente os componentes estruturais por meio de sua disposição diferenciada. O material aparente é explorado não tanto pela sua rusticidade, mas por suas possibilidades plásticas, as quais o arquiteto explorou com muita criatividade.

Os dois quadrados interligados por um retângulo com cobertura em abóbadas estabelecem os limites periféricos de composição, dos quais são subtraídas algumas áreas e acrescentadas outras, num dinâmico jogo volumétrico. Os rígidos contornos da forma quadrada preponderante parecem não conter os anseios plásticos do arquiteto, que a explode por meio de volumes adicionais que ressaltam a preocupação de simetria no resultado final, um projeto que se identifica com a releitura da obra de Louis Khan.